Albert
Camus (1913/1960) nasceu na Argélia, no período, em que o estado africano era
colônia francesa. Logo, era um francês nascido na Argélia. Tinha, também,
ascendência francesa por parte do pai. Filho de família muito humilde, fez seus
estudos em Argel, destacando-se pela inteligência e originalidade na forma de
se expressar. Graças a empenho de professores, conseguiu, através de bolsas de
estudos, concluir o grau superior em Filosofia. Exerceu a função de jornalista
em Argel, até mudar-se para Paris, onde passou a ser reconhecido
internacionalmente, por sua literatura.
Camus era também teatrólogo.
Publicado
em 1947, A Peste trata do absurdo da existência humana, que se resolve
através da solidariedade. A narrativa se passa na Argélia, na cidade fictícia
de Oran, onde as pessoas "se dedicavam ao tédio e a criar hábitos". Era
uma cidade feia, sem pombos, sem árvores e sem
jardins, apenas nos céus se lia a mudança das estações. Durante a manhã
de 06 de abril de 1940, surge um acontecimento insólito: começam a aparecer
ratos e mais ratos mortos pelas ruas e casas, assustando as pessoas. Era o
vírus da peste bubônica que, logo em seguida, começa a dizimar os habitantes de
Oran.
A administração pública insiste em esconder o flagelo, mas a
situação se complica e a cidade inteira entra em quarentena, sitiada. Todos exilados, na condição de
prisioneiros.
Quando os portões das cidades são fechados pelo isolamento do
mundo, um fato inusitado acontece: os laços de amor e amizade estreitam-se. Um grupo
de pessoas se dedicará à luta contra a peste, num enfrentamento resignado e
persistente, travado pelos homens que
providenciavam o isolamento sanitário dos doentes e a quarentena dos
familiares, assim como um mínimo de atendimento às vítimas da peste.
Uma das figuras solidárias é a do dr. Rieux, ateu, que faz o máximo possível para o bem estar alheio, mas não é visto como herói, faz o que faz de forma gratuita, nada além do estar bem consigo mesmo. O padre Paneloux é outro que se envolve voluntariamente no combate à peste. Ele achava, inicialmente, que a peste pudesse ter sido obra de Deus, para castigar os moradores da cidade. Com o tempo, começa a se opor à ideia de aceitação e submissão, achando aquilo tudo revoltante, sem, entretanto, perder a crença religiosa. Tarrou, um artista revoltado, é um estrangeiro em Oran, atuando lado a lado com o médico, criando abrigos sanitários. Ele se dizia ser um santo sem Deus.
Uma das figuras solidárias é a do dr. Rieux, ateu, que faz o máximo possível para o bem estar alheio, mas não é visto como herói, faz o que faz de forma gratuita, nada além do estar bem consigo mesmo. O padre Paneloux é outro que se envolve voluntariamente no combate à peste. Ele achava, inicialmente, que a peste pudesse ter sido obra de Deus, para castigar os moradores da cidade. Com o tempo, começa a se opor à ideia de aceitação e submissão, achando aquilo tudo revoltante, sem, entretanto, perder a crença religiosa. Tarrou, um artista revoltado, é um estrangeiro em Oran, atuando lado a lado com o médico, criando abrigos sanitários. Ele se dizia ser um santo sem Deus.
Até que as coisas começam a mudar, a peste regride, os habitantes
começam a se recuperar do isolamento e tudo se esquece e os ratos voltam a
surgir vivos e espertos. Mas o que Camus desejava, com sua narrativa, é que as
pessoas se dessem conta de que a vida, entretanto, não poderia voltar a ser
exatamente o que era antes, que destruir é mais fácil que construir E o que se
aprende com a destruição, é que colocando-se ao lado das vítimas, pode-se
procurar a paz.
Tradução de Valerie Runjanek
===========================
Albert Camus. A Peste. 5
ed, Rio, Record/Bestbolso, 2016, 294 pp
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir