A história de Cemitério de Pianos é narrada em três tempos diferentes por três homens da família Lázaro, cujos integrantes
nascem, vivem, sonham, amam, casam, trabalham e morrem, enredados pela música
tocada infinitamente por um piano desafinado.
Francisco Lázaro, um dos narradores da história, descobre,
através de seu tio, o local onde seu pai, também chamado Francisco Lázaro,
trabalhava: o cemitério de pianos, onde inúmeros instrumentos dessa natureza
eram empilhados, alguns desmontados para uso de peças em outros pianos que eram
consertados. Nesse momento de descoberta, o narrador encontra um sentido
dentro si: a descoberta do pai. Sua mãe sempre evitava falar dessa parte da casa
onde ficava a oficina. Dentro, a escuridão absoluta cobria todas as formas. Aos
poucos, a peça começava a ser iluminada e o ar que vinha do cemitério de pianos
entrava em seus pulmões e trazia o toque úmido do cheiro de um tempo que todos
da família, até então, quiseram esquecer, mas que ainda existia. O tio mostrou-lhe um piano de cauda, de onde seriam
retiradas as peças para o conserto do piano de um cliente. Desde então, ele aprende a parte mais importante do que seria
necessário para aprender o ofício que fora de seu pai. Só que havia outros
segredos do pai que seriam descobertos mais tarde, como a caixa de sapatos
pesada, que escondia outra faceta dele que também não lhe havia sido
revelada.
Inspirada na história real do maratonista português
Francisco Lázaro, morto de insolação, durante a prova dos Jogos Olímpicos de
Estocolmo, em 1912, os episódios e os personagens estão no âmbito da absoluta
ficção, segundo o autor português José Luís Peixoto (1974). Nascido em Lisboa,
Peixoto é um dos expoentes da recente prosa portuguesa, ao lado de
Gonçalo M. Tavares e Valter Hugo Mãe.
paulinhopoa2003@yahoo.com.br
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