Esaú e Jacó foi
publicado originalmente em 1904. É o oitavo e penúltimo romance de Machado de Assis. O autor ainda
teve fôlego para escrever o último, Memorial de Aires, em 1908, pouco antes de falecer. A história, partindo da referência bíblica, é aparentemente simples: dois gêmeos, Pedro e Paulo,
brigam desde o útero da mãe e
continuam a brigar pela vida toda. Amam a mesma mulher, Flora, que amava os
dois e acaba morrendo sem escolher nem um nem outro. A história se passa nas
décadas de 1870 a 1890, compreendendo a degradação do Império e os primeiros
anos da República. Os dois divergem em tudo. Pedro é monarquista e Paulo,
republicano. Pedro estuda Direito e Paulo Medicina. Discordam menos por
convicções individuais do que pela necessidade de se distinguir
pelas oposições. Quem toma o foco central, para impulsionar o fluxo da
narrativa é Flora, que oscila na dúvida da escolha. Para ela, não se tratava de
um conflito de escolher entre um e outro, já que desejava os dois.
Dono de uma ironia fina, Machado de Assis obriga o leitor a se dar conta, na parte final do romance, de que a oscilação entre o sim e o não ocupou boa parte da história, fazendo troça da paciência do leitor que acompanha a oscilação de Flora num jogo que se estende ao infinito.
O conselheiro Aires, velho solitário que é escolhido pela mãe dos dois, vai escrevendo um Memorial (o último romance de Machado), analisando o dilema de Flora entre os dois irmãos.
Esaú e Jacó é engraçado pela ironia, é inteligente, instigante. Romance dos grandes!
paulinhopoa2003@yahoo.com.br
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Machado de Assis. Esaú e Jacó. SP, Penguin/Companhia, 2012, 296 pp, R$ 26,00
Dono de uma ironia fina, Machado de Assis obriga o leitor a se dar conta, na parte final do romance, de que a oscilação entre o sim e o não ocupou boa parte da história, fazendo troça da paciência do leitor que acompanha a oscilação de Flora num jogo que se estende ao infinito.
O conselheiro Aires, velho solitário que é escolhido pela mãe dos dois, vai escrevendo um Memorial (o último romance de Machado), analisando o dilema de Flora entre os dois irmãos.
Esaú e Jacó é engraçado pela ironia, é inteligente, instigante. Romance dos grandes!
paulinhopoa2003@yahoo.com.br
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Machado de Assis. Esaú e Jacó. SP, Penguin/Companhia, 2012, 296 pp, R$ 26,00
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