Constance Chatterley é uma jovem oriunda da sociedade inglesa liberal.
Recém-casada, recebe de volta seu marido que havia lutado durante a
Primeira Guerra Mundial, paralisado da cintura para baixo. Isolada, encontra
companhia na figura de um guarda-caça que, após sucessivos fracassos amorosos, vive sozinho numa cabana próxima à
casa dos Chatterley. Os dois acabam se envolvendo emocionalmente.
Lida agora, o que conta menos são as cenas antes consideradas picantes, mas a metáfora que o autor quis revelar através de sua história, para demonstrar que as palavras podem chocar os olhos, mas não a mente, menos a das pessoas de mente vazia. As que têm inteligência podem superar os tabus inerentes à sua cultura e, pelo contrário, experimentar alívio. É isso que nos diz o autor no posfácio da obra. D. H. Lawrence quer fazer o leitor pensar o sexo de maneira total, integrada, honesta e limpa. Mesmo que não conseguisse agir sexualmente de maneira satisfatória, deveria pelo menos, pensar sexualmente de maneira integrada e limpa. Toda aquela conversa sobre virgindade é um disparate. Os jovens são um emaranhado de tormentos, uma confusão fervilhante de sentimentos sexuais e pensamentos sexuais que só os anos irão desembaraçar. Lawrence alerta para o fato de que o romance não se propõe a sugerir que todas as mulheres devam correr atrás dos homens para torná-los amantes. Pelo contrário, seu intento é para que se compreenda o sexo. Sua compreensão é mais importante que o ato em si. Mentalmente, a sociedade britânica de sua época encontrava-se atrasada na forma de pensar o sexo, confundida por uma certa vaguidão, medo oculto e abjeto carregado a séculos de repressão.
Em suma, D. H. Lawrence parece nos querer dizer que a vida só é tolerável quando a mente e o corpo estão em harmonia, em equilíbrio natural entre os dois e cada um mantendo o respeito natural pelo outro. Com a emoção forjada, ninguém se sente realmente feliz, satisfeito, em paz. Constance Chatterley vai construindo o caminho de um amor desobstruído, à medida que vai conhecendo e se envolvendo também fisicamente com o guarda-caça Mellors, que também não busca repetir a rotina de um amor forjado como os que teve anteriormente. Para que o amor aconteça entre os dois, será necessário vencer o preconceito oriundo da diferença de classes, da educação, investindo no desejo que se satisfaz no corpo e que atinge a mente.
D. H. Lawrence (1885-1930) chocou a sociedade britânica da época, com O amante de Lady Chatterley , tanto que a obra ficou proibida por um bom tempo. A sociedade britânica da época, puritana, reprimida e dissimulada, não viu o romance com bons olhos. Também chocou os editores que a rejeitaram temendo represálias por causa das "cenas de sexo".
D. H. Lawrence. O amante de lady Chatterley. Penguin Companhia, 2010, 660 pp, R$ 32,00
Lida agora, o que conta menos são as cenas antes consideradas picantes, mas a metáfora que o autor quis revelar através de sua história, para demonstrar que as palavras podem chocar os olhos, mas não a mente, menos a das pessoas de mente vazia. As que têm inteligência podem superar os tabus inerentes à sua cultura e, pelo contrário, experimentar alívio. É isso que nos diz o autor no posfácio da obra. D. H. Lawrence quer fazer o leitor pensar o sexo de maneira total, integrada, honesta e limpa. Mesmo que não conseguisse agir sexualmente de maneira satisfatória, deveria pelo menos, pensar sexualmente de maneira integrada e limpa. Toda aquela conversa sobre virgindade é um disparate. Os jovens são um emaranhado de tormentos, uma confusão fervilhante de sentimentos sexuais e pensamentos sexuais que só os anos irão desembaraçar. Lawrence alerta para o fato de que o romance não se propõe a sugerir que todas as mulheres devam correr atrás dos homens para torná-los amantes. Pelo contrário, seu intento é para que se compreenda o sexo. Sua compreensão é mais importante que o ato em si. Mentalmente, a sociedade britânica de sua época encontrava-se atrasada na forma de pensar o sexo, confundida por uma certa vaguidão, medo oculto e abjeto carregado a séculos de repressão.
Em suma, D. H. Lawrence parece nos querer dizer que a vida só é tolerável quando a mente e o corpo estão em harmonia, em equilíbrio natural entre os dois e cada um mantendo o respeito natural pelo outro. Com a emoção forjada, ninguém se sente realmente feliz, satisfeito, em paz. Constance Chatterley vai construindo o caminho de um amor desobstruído, à medida que vai conhecendo e se envolvendo também fisicamente com o guarda-caça Mellors, que também não busca repetir a rotina de um amor forjado como os que teve anteriormente. Para que o amor aconteça entre os dois, será necessário vencer o preconceito oriundo da diferença de classes, da educação, investindo no desejo que se satisfaz no corpo e que atinge a mente.
D. H. Lawrence (1885-1930) chocou a sociedade britânica da época, com O amante de Lady Chatterley , tanto que a obra ficou proibida por um bom tempo. A sociedade britânica da época, puritana, reprimida e dissimulada, não viu o romance com bons olhos. Também chocou os editores que a rejeitaram temendo represálias por causa das "cenas de sexo".
paulinhopoa2003@yahoo.com.br
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