O juiz Alworthy é um solteirão puritano, de posses e índole
bondosa, que uma dia se surpreende ao encontrar uma criança recém-nascida na
porta de sua casa. A mãe da criança, mãe solteira desenganada pelo amante, é
chamada e recebe um rigoroso sermão, mas tem a promessa de que a criança, um
menino, será criado por ele com toda a dignidade possível a uma família
abastada. Esse menino, Thomas, logo recebe a ira de um capitão que se havia
casado por interesse com a irmã do fidalgo Alworthy, quando lhe nasce o filho.
Logo uma trama é esboçada pelo capitão, para se descobrir o pai de Tom e
impedir que ele venha a prejudicar financeiramente suas pretensões.
Enquanto isso, lá foi o bastardo educado, alimentado e
vestido para o mundo todo como um cavalheiro; e lá emprenhou uma das criadas,
fazendo com que ela o negasse sob juramento ao próprio fidalgo; mais tarde,
quebrou o braço de um padre, só porque
este o censurou por andar metido com marafonas; e mais tarde, disparou uma
pistola contra o sr. Blifil, pelas costas; e uma vez, quando o juiz Alworthy
encontrava-se doente, arranjou um tambor, e pôs-se a tocá-lo pela casa toda
para não o deixar dormir.
Tom Jones era um dos mais simpáticos donzéis do mundo. O
rosto, além de ser o retrato da saúde, apresentava os mais aparentes indícios
de doçura e afabilidade. Atributos tão característicos do seu semblante que,
embora a vivacidade e a sensibilidade dos olhos, manifestas a qualquer
observador atento, pudessem escapar ao reparo dos menos perspicazes, tão
acentuada lhe transparecia a afabilidade na expressão, que era notada por quase
todos os que o viam. Era, igualmente, ativo, cortês, alegre e bem-humorado, e
possuía uma torrente de espíritos que imprimia vivacidade a qualquer
conversação de que participasse.
Tom é apaixonado pela bela e rica Sofia, mas devido a sua origem
moralmente inaceitável, sofre por saber que não pode casar-se com ela, ainda
que ela também o ame. Muito atraente às mulheres e agradável com todos, Jones
desperta a inveja de Blifil, sobrinho de Allworthy, que os tinha criado como
irmãos. E por uma série de artimanhas de Blifil, Jones acaba sendo expulso de
casa,tendo que seguir seu caminho sozinho, numa história de estrada, onde a cada
paragem há uma aventura desse anti-herói com novos personagens.
O inglês Henry
Fielding (1707/1757) cria um estilo literário original, interrompendo muitas
vezes a narrativa, para divagar acerca de assuntos do livro, fazendo, também,
referências literárias e filosóficas.Predomina em todo o romance, o humor
satírico.
Tradução
Octavio Mendes Cajado
A obra
encontra-se esgotada, mas pode ser garimpada nos sebos virtuais.
Atente para o
fato de que foram feitas adaptações da obra para o público infanto-juvenil.
paulinhopoa2003@hotmail.com
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Henry
Fielding. Tom Jones. SP, Abril
Cultural, Coleção Os imortais da literatura universal, 1971, 620 pp.
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