Um
livro de ficção bom é aquele que nos
consegue contar uma história original, de forma envolvente. O autor não
precisa, obrigatoriamente, fazer grandes experimentos formais para que a
matéria do romance nos conquiste a leitura de forma ávida. Mas, o conteúdo de
uma história não sobrevive sem as operações formais que lhe deem corpo,
caracterizando um estilo. Determinado
tempo considerado em relação aos acontecimentos nele ocorridos, suas
características distintivas, e os homens que nele viveram se refletem num
estilo de viver e de expressar-se. Esses períodos de tempo esquematizam, assim,
estilos de época que se refletem, na criação literária, em estilos literários.
O estilo clássico predominou sob o domínio dos gregos e foi retomado durante o
Renascimento e o Parnasianismo. O período das trevas da Idade Média ressurgiu
no Barroco, sob o autoritarismo da Igreja Católica, no mundo latino. A ascensão
da burguesia dos séculos XVIII e XIX gerou, como forma de expressão artística,
o Romantismo, com o predomínio do subjetivismo. Até que a era da
industrialização trouxe à classe burguesa excluída da aristocracia, a
intensificação da força produtiva excluída da burguesia quanto a fatores
econômicos. Com o advento da Primeira Guerra Mundial, o mundo experimentou algo
novo que revolucionou a literatura de então, até o presente: o Modernismo. O
romance, a partir de então, nunca mais foi o mesmo. O conservadorismo da forma
narrativa sofreu um nó que resultou em novos experimentos literários, como o
fluxo de consciência, o foco na forma em detrimento do conteúdo, e por aí vai.
Durante esse longo período de evolução da forma narrativa, houve obras
imprescindíveis que fugiram ao cânone, tornando-se únicas, universais.
As 50 narrativas fundamentais que serão
comentadas aqui a partir da próxima semana, são obras que influenciaram
sobremaneira tudo o que se criou em forma de ficção a partir delas. O critério
de escolha seguiu uma lista que o professor Flávio Loureiro Chaves , de quem
tive o prazer de ser aluno, divulgou em uma de suas aulas de Literatura da
UFRGS, lá pelo ano de 1976. A lista de agora foi um exercício de memória, pois a lista me
foi perdida. Creio que recuperei todos, ou quase todos. Talvez um ou dois
títulos tenham sido trocados. Não tenho certeza absoluta se O jogo da amarelinha estivesse na lista
do professor Flávio. Os livros de Borges, pode ser que não tenham sido dois.
Mas tenho forte convicção de que O Aleph
estava lá. Ficções é certo. Na lista
do professor tinha Dom Casmurro.
Optei por substituí-lo por Quincas Borba,
por questão pessoal.
1.
A Ilíada
2.
A Odisseia
3.
A Divina Comédia
4.
Decameron
5.
Os Lusíadas
6.
Don Quixote
7.
Tristan Shandy
8.
Viagens de Gulliver
9.
Robinson Crusoé
10.
Tom
Jones
11.
As
relações perigosas
12.
Fausto
13.
O
vermelho e o negro
14.
Moby
Dick
15.
Madame
Bovary
16.
Crime
e castigo
17.
Os
irmãos Karamázov
18.
Eugênia
Grandet
19.
Pai
Goriot
20.
Quincas
Borba
21.
Anna
Kariênina
22.
Guerra
e paz
23.
Contos
de Gógol
24.
Contos
de Tchékov
25.
Lorde
Jim
26.
O
retrato de Dorian Gray
27.
Em
busca do tempo perdido
28.
Metamorfose
29.
O
processo
30.
Ulisses
31.
Orlando
32.
Mrs.
Dalloway
33.
A
montanha mágica
34.
Macunaíma
35.
O
som e a fúria
36.
O
homem sem qualidades
37.
São
Bernardo
38.
O
grande Gatsby
39.
A
náusea
40.
Ficções
41.
O
Aleph
42.
A
peste
43.
O
tempo e o vento
44.
Pedro
Páramo
45.
Grande
sertão, veredas
46.
O
quarteto de Alexandria
47.
O
leopardo
48.
A
paixão segundo GH
49.
O
jogo da amarelinha
50.
Cem
anos de solidão
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