Ismael
é um caçador de baleias. É ele quem nos conta a história de Moby Dick, o leviatã, o monstro
assustador dos mares que todos os marinheiros têm sede de eliminar. Moby Dick,
na verdade, é uma baleia branca que habita os mares próximos à Groenlândia.
Ismael está preparado para embarcar mais uma vez para tentar a aventura de
arpoar a baleia branca e matá-la, assim como os demais marinheiros que viajarão
com ele na jornada.
Ismael
está numa pensão em New Bedford, importante porto baleeiro na época, para
formar a tripulação do navio que empreenderá a viagem. Na pensão, tem como
colega de quarto um aborígene, Quiqueg, que simboliza uma mistura de todos os
ilhéus que têm a verdadeira fama de exímios arpoadores. Quiqueg é um sujeito
aculturado, segue o Islã, o que por vezes nos faz pensar que pudesse ser um
nativo malaio, mas Quiqueg não tem olhos puxados, está mais próximo de um
nativo da Oceania. Ismael o define como uma criatura em estado de transição de
lagarta a borboleta: era civilizado o bastante para ostentar seu exotismo.
Veste-se de maneira única, original. Quanto a seu temperamento, é uma pessoa
doce, corajosa e leal. Quiqueg entendia que a vida era a união de todos os
seres da natureza com o ser superior, que integra tudo, sendo o ser humano não
um ser superior, mas um participante da natureza com os demais seres. Os dois
tornam-se amigos inseparáveis.
O
capitão Acab, o protagonista da trama, tem quarenta anos de atividade baleeira,
cercado de privações e perigos sobre um mar desapiedado. Há quarenta anos
abandonou a terra pacífica para guerrear os horrores marinhos. Quando Acab
pensa na vida que tem levado, na solidão desoladora que o acompanha, sente
cansaço, angústia. Mas ele não pode esmorecer justo no momento em que se
prepara para formar a tripulação de seu navio, o Pequod, para matar a baleia
branca assassina que lhe arrancou uma das pernas.
Então
dá-se início à aventura pelo mar gelado e perigoso que esconde o "monstro
branco". Um embate entre o homem e as forças da natureza. Herman Melville (1819/1891)conhecia a navegação de
baleeiros por conta própria, pois trabalhou em alguns deles. Em uma de suas
viagens, viveu algum tempo na Polinésia. O romance apresenta verdadeiras aulas
sobre navegação e o ofício da caça da baleia.
Moby Dick foi fracasso de vendas, na época de seu lançamento.
Acontece que a obra estava adiante de seu tempo. Não se trata apenas da
história de um homem que busca matar a baleia que arrancara sua perna. Trata-se
da obsessão de um homem por seu ato de vingança. Melville retrata em Acab as
virtudes e falhas do espírito humano, assim como sua pulsão assassina. Quando
finalmente ele se depara com a baleia, trava-se uma luta atroz e apenas Ismael
sobrevive para fazer o relato da história.
Cuidado
com as traduções. Prefira a edição da Cosac Naify, com tradução de Irene Hirsch.
O livro físico está esgotado, mas se encontra facilmente nos sebos virtuais.
Tem
uma tradução mais antiga, de Péricles Eugênio da Silva Ramos, lançado pela
Editora Abril em 1980, em dois volumes, também confiável.
Uma jóia literária, sem dúvida. Moby Dick é épica, uma história que ilustra grandes cenas, preocupações filosóficas e dualidade que encontra-se em todas as criaturas. A história da grande baleia branca, é um magnífico dramatização do espírito humano em um cenário de natureza primitiva. Actualmente encontro-me ler este clássico, tomar algumas páginas e ele realmente está me cativar. Eu só vi o filme No Coração do Mar do Ron Howard é, e é um espetáculo visual bastante interessante que recebe cenas específicas com força suficiente. Uma grande história, grandes performances, grandes efeitos especiais e cenas de ação enérgicos, mas talvez o script é um pouco dispersos querendo cobrir muitos tópicos, a mensagem final não deixa de ser claro e não consegue mover como deveria.
ResponderExcluirO livro é quase sempre melhor que o filme, Sofia. Visto que é outra linguagem. A leitura de Moby Dick tem um ritmo lento, com verdadeiras aulas sobre navegação. Mas vale a pena. Grato pelo contato.
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