domingo, 11 de setembro de 2011

Relato de viagem



A viagem a Rússia e Escandinávia estava sendo planejada desde que me aposentei em 2007. Como na ocasião eu adquiri uma polineuropatia inflamatória crônica desmilienizante, que comprometeu um pouquinho o movimento dos pés, fui deixando a coisa passar, até que agora o projeto aconteceu. A ida até Moscou foi muito demorada, oito horas de espera no aeroporto de Amsterdam para conexão a Moscou. Estando lá, dois dias cheios e não consegui ter uma visão mais abrangente da cidade. Será que Moscou seria somente o Kremlin e a Praça Vermelha? O passeio interessante que fizemos à noite pelos pontos turísticos da cidade, se oferecido durante o dia, daria uma visão mais diversificada da capital russa. Um dia a mais em Moscou teria sido perfeito, pois gosto muito de frequentar museus e não pude ver o de Gorki, grande escritor russo que tanto admiro. Como a fala e a escrita são enigmas, consegui decifrar muita coisa usando meu inglês que julgara enferrujado. Especialmente em restaurantes, a coisa foi meio complicada. Mas deu tudo certo.
São Petersburgo é uma cidade charmosa. Cortada pelo rio Neva, possui uma arquitetura meio barroca, em que o estilo austero dos soviéticos não pôde alterar. O palácio de verão de Catarina II, a Grande, é sensacional. Quase todo ele em estilo rococó, começou a ser construído em 1717. O salão de baile, todo decorado em ouro, bem como o Salão Âmbar, são deslumbrantes. A Rússia foi assim um pouco intenso de história. Muito dessa riqueza vem da aristocracia que os bolchevique tentaram apagar.
Da Rússia a Finlandia, a história cede lugar às belezas naturais. Helsinque, uma graça. Poderia ter ficado mais um dia. A cidade é pequena e agradável. Ao contrário do que eu sabia, a Finlândia não faz parte da Escandinávia, tem uma língua diversa das demais, uma das mais antigas do mundo, que se aproxima do tronco da língua romena. De lá, viagem de navio a Estocolmo. A travessia do Mar Báltico só fez sentido, porque o ônibus precisou ir junto. Foi um tempo precioso que se desperdiçou. Estocolmo, entretanto compensou o esforço. Cheia de canais, tem uma rua de pedestres imensa e colorida que leva aos pontos turísticos importantes da cidade. A visita aos salões da prefeitura, onde acontecem as cerimônias de entrega do Nobel foi muito bacana.


De Estocolmo a Oslo, o cansaço. Três dias cheios dentro do ônibus, paisagens belíssimas vistas da janela, pois as estradas estreitas não permitiam parar para sacar fotos. O que se via o tempo todo era uma paisagem rural com suas casinhas com telhado de grama (eles dizem que isso protege do frio) próximas a lagos e fiordes. O passeios pelos fiordes, que era o que mais me interessava, ficou com menos brilho por causa dessa trajetória cansativa. Oslo agradou não tanto quanto as demais visitadas. O passeio fechou com uma Copenhagen linda e sedutora. Lá, um dia a mais não faria nada mal a ninguém. Aproveitei a noite no “canal”, um local perto do porto, repleto de restaurantes, onde tomei vodca e cerveja “strong”. Kopenhagen prioriza a bicicleta ao pedestre. Há muita, mas muita bicicleta circulando em ciclovias que existem em todas as ruas que vi.
Quase não troquei dinheiro. Usei o cartão para tudo. Apesar dos 6,5%, achei que valeu a pena, porque não me enchi de moedinhas indesejáveis depois que se vai embora, e porque a conversão ao dólar comercial valeu a pena. Agora, em casa, estou curtindo a música erudita do músico norueguês Eduard Grieg e estou começando a leitura de “Noites Brancas”, de Dostoievski, cujo cenário é São Petersburgo. Para finalizar, quero dizer-lhes que é muito bom estar de volta ao lar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário