domingo, 16 de dezembro de 2012

Retrato de uma senhora

Isabel é uma jovem norte-americana que vai para a Inglaterra com uma tia, também americana, mas que mora em Londres com o marido, já velho e doente. Essa tia tem um filho jovem e belo, que lhe faz a corte, assim como Lorde Warterburg, que se apaixona por ela e acaba lhe pedindo em casamento. A jovem recusa o pedido, de forma inesperada. Um dia, o primo pede ao pai a inclua no testamento, fazendo-a rica. O tio de Isabel morre e ela herda grande fortuna em dinheiro e acaba, aparentemente, casando-se sem amor com um homem sem posses que a cortejara por interesse.
Esse é o ponto de partida do romance de Henri James (1843/1916), escrito em 1881 que busca emparelhar valores do novo mundo com o do velho continente. A escrita do autor norte-americano que adotou cidadania britânica possui um estilo limpo, clássico, em que as ações externas pouco acontecem, para que a vida interior das personagens criem um clima que envolve o leitor de forma integral. Quando lemos Henri James, enxergamos a literatura de Virgínia Woolf e um pouco substancial de James Joyce na penumbra. Não é para menos, seus romances antecedem os desses autores, o quais tiveram influência confessa do fluxo de consciência, que surge a partir da obra do autor de Retrato de uma senhora.
A primeira idéia de Retrato de uma senhora parece ser confrontar o destino da jovem Isabel, seja ele qual for. A partir de então, o autor começa a formar um plano para trazer a personagem como figura central da trama. O que faz uma moça de espírito livre perder sua liberdade? Será que Isabel estará empenhada em viver com as consequências de sua escolha com integridade, ou como uma espécie de teimosia?

                                                                       paulinhopoa2003@yahoo.com.br

Henry James. Retrato de uma senhora. SP, Companhia de Bolso, 2007, 680 pp. R$ 35,00

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