
Fiquei com a impressão, ao ler O escorpião na sexta-feira, de que Charles Kiefer, intimidou-se diante do psicopata Antônio, tratando-o na superficialidade de suas ações, sem aprofundar suas contradições como indivíduo, reduzindo-o a um traço característico básico que o acompanha durante toda a história: a obsessão por Luísa. O romance ganharia muito, se apresentasse contradições, comportamentos imprevisíveis, enigmáticos, que vão sendo definidos no decorrer da narrativa, evoluindo e surpreendendo o leitor. Assim como está, fica tudo previsível.
Charles Kiefer não é um escritor qualquer. Tem três Prêmios Jabuti em seu currículo, além de outros prêmios. É professor universitário de Literatura e administra oficinas literárias. Tem mais de 30 livros publicados, entre romances e contos. Ganhou notoriedade nacional ao publicar sua primeira novela infanto-juvenil, Caminhando na Chuva, em 1984. Atualmente publica seus livros pela editora Record.
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Charles Kiefer. O escorpião da sexta-feira. Rio, Record, 2006, 112 pp R$ 27,90
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