domingo, 2 de outubro de 2011

Recortes




Decidi assistir ao filme “Tropa de Elite 2” na tevê a cabo, incentivado pela notícia de que representaria o Brasil na concorrência ao Oscar. Não consegui ver até o fim. O filme me aborreceu. Não sei se a platéia internacional conseguirá acompanhar o filme sem a base do primeiro. Tecnicamente pareceu bem feito, a ação ocorria em clima meio de jogos eletrônicos. As atuações eram boas, mas não me convenceu como história. Esse negócio do Brasil priorizar o cinema na linha “favela movie” para concorrer ao Oscar está ficando manjada demais.
........................
Ainda na televisão, assisti a flashes do Rock in Rio. Todas as cantoras absolutamente iguais em sua mediocridade. Pasmei quando vi um rapaz chorando na apresentação da cantora Rhiana. Não achei a menor graça nos figurinos iguais, todas elas de maiô ou shortinho, dançando do mesmo jeito, levantando pernas na testa e esfregando o cóccix no chão. As mesmas músicas. Berrando como só elas. Claudia Leitte busca seguir a fórmula global, parece competente no que faz, mas falta-lhe voz (ou técnica para aprimorar a voz).
.....................................
Decidi estudar espanhol no Instituto Cervantes. Há dois anos vinha estudando espanhol em casa e me saía bem nas provas da Ufrgs que baixava na internet. Senti necessidade, entretanto, de aprimorar a conversação, para evitar falar espanhol com a sintaxe do português. Pois numa das aulas, foi dado um exercício de ler um conto popular e fazer um resumo do texto. Busquei “O Patinho Feio”. Criada pelo dinamarquês Handersen, no romantismo (teria sido escrito em 1832), o conto reflete as tristezas e desventuras de um “patinho” que é visto diferente pelos demais e, por isso mesmo, rejeitado. Fazendo-se uma leitura nos tempos atuais, o conto reforça essa idéia que está, quiçá, mudando nos dias atuais, o preconceito aos diferentes, seja em gênero, raça e tipo físico. O patinho só consegue ser feliz quando vira cisne e passa a viver entre seus pares, numa sociedade que não queria ser inclusiva.
...........................................
Tenho acompanhado na internet crônicas de jornalistas e críticos, avacalhando com o último cd de Chico Buarque. Uns disseram que sua poesia perdeu força, outros que não conseguiram ouvir o disco e tamborilar como nas obras anteriores do artista. Houve quem dissesse que sua pouca voz andava debilitada. Creio que o uso de sua imagem ligada às campanhas do PT nas últimas eleições deva ter contribuído para esse tipo de crítica, de buscar demolir o mito. Não concordo com a opinião desses cronistas. O disco de Chico não é para se botar a tocar e sair para pôr a roupa na máquina ou cortar a cebola do molho da macarronada. Gostei muito do cd, que é obra para se ouvir uma e muitas vezes, pois requer atenção igual a que se tem quando se lê um livro. As canções são belíssimas, muito bem entrelaçadas às letras, que continuam brilhantes. Sei que você deve ter ouvido e não gostado... Pois, sente-se numa poltrona em silêncio, coloque o disco no aparelho, pegue o folhetos com as letras e preste atenção. É música das boas. Gostei, em especial, de “Se eu soubesse”, que ele canta com a namorada cantora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário