
Sozinha na ilha e proibida de ir à cidade, Marcela inicia, sozinha, o processo de descoberta da própria sexualidade. Ela mantém um diário onde narra o relacionamento obscuro com Saulo, ser misterioso com quem tem um romance. No decorrer da narrativa, a presença de Saulo vai tomando conta da ilha e da vida de Marcela. Anos depois, Daniel retorna à ilha para averiguar os motivos por que o farol está apagado e a encontra deserta. Vasculhando o local onde moravam José e Marcela, descobre o diário, chegando à conclusão de que Saulo poderia, quem sabe, não ter existido.
Daniel começa a relembrar sua convivência com Marcela, a amizade que se formou entre os dois e o quanto a presença da adolescente mexeu em sua vida. Lembra de quando Marcela se entregava ao vento, acontecimento contado com lirismo e sensualidade por Moacir C. Lopes. Certa vez o pai de Marcela a surpreende nua na praia e a repreende severamente. A ostra pode representa a sexualidade de Marcela, cristalizada na pérola que valoriza seu descobrimento como alma feminina em contato com a natureza.
A ostra e o vento encontra-se esgotada. A última edição correu em 2000, pela Editora
Quartet, que elaborou uma capa horrorosa. Trata-se de obra-prima da literatura brasileira. Você poderá encontrar um exemplar seminovo pelo
preço médio de 20 reais nos sebos virtuais.
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Moacir C. Lopes. A ostra e o vento. 7ª ed., Rio,
Quartet, 2000, 160 pp
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