domingo, 16 de março de 2014

O grande Gatsby

Nas noites de verão, a música irradiava da casa de seu vizinho Gatsby. Em seus jardins suntuosos, homens e mulheres iam e vinham feito mariposas entre sussurros , champanhe e estrelas. Nas tardes de maré alta, ele observava os convivas mergulhando no alto de sua balsa, ou tomando sol nas areias quentes de sua praia particular enquanto barcos a motor cortavam as águas, puxando esquiadores aquáticos por entre cataratas de espuma. Nos fins de semana, seu rolls-royce virava um lotação, transportando convidados das nove da manhã até depois da meia-noite, enquanto sua caminhonete zunia feito um inseto amarelo e ligeiro no encalço de trens. E às segundas-feiras, oito empregados, incluindo um jardineiro extra, trabalhavam o dia todo com esfregões, escovas, martelos e tesouras de jardinagem, reparando os destroços da noite anterior.

Nick, o vizinho, é um espectador em busca de um astro. Vê Gatsby, que se interessa por Nick, que fica seu amigo e confidente. Sob os olhos de Nick ficamos conhecendo a história de Gatsby e de como se tornou O Grande Gatsby.
Quanto vale um homem sem o seu dinheiro? Para a sociedade norte-americana da década de 1920, nada. Gatsby, sujeito obscuro, que não se deixa inteiramente conhecer, já que é visto sob o ângulo de seu vizinho,  era de origem humilde e se apaixonara por uma moça rica de Nova Iorque. Ela casa com outro, Gatsby fica rico e decide investir novamente sobre essa mulher. Acaba morto de forma equivocada, tentando protegê-la. É quando Nick percebe que o mundo de pessoas que frequentava suas festas suntuosas, não estavam interessados em nada mais que a futilidade proporcionada pelo dinheiro.

O escritor norte-americano F. Scott Fidgerald (informe-se) fez parte do grupo de escritores norte-americanos que viveu em Paris nas primeiras décadas do século XX, quando os Estados Unidos vivia a grande depressão de 30.

Há duas versões cinematográficas que podem ser encontradas em locadoras, com interpretações diferentes do livro. A de 1974, com Robert Redford, apresenta uma leitura chapada das personagens, criticando a máscara social da sociedade de 1920. A Daisy de Mia Farroll é plana, caricatura da mulher fútil e histérica. A de 2013, com Di Caprio, tem um clima de show bizz (tem até tecnopop como trilha sonora), em que a sociedade hipócrita e oportunista da década de 20 do século passado passa a ser o personagem central. A Daisy de Carey Mulligan é esférica, não se deixa conhecer de todo. Primeiro, você deve ler o livro, que é muito melhor. Depois, escolha seus atores preferidos e veja o filme, que é outra linguagem. E depois, empreste o livro aos amigos e, feita as leituras, vão tomar uma cerveja para discutir o livro. É assim que se fazia na década de 80.
Tradução de Vanessa Barbara.
                                                                 paulinhopoa2003@yahoo.com.br
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F. Scott Fitzgerald. O grande Gatsby. SP, Pinguin Companhia, 2011, 256 pp, R$ 26,50

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