domingo, 10 de julho de 2011

O amor cortês

Você conhece, por acaso, alguém que seja espirituoso, educado, sensível e galanteador? Desses ou dessas que conquistam pela inteligência aliada à inspiração poética? Não precisa ser um poeta, mas demonstrar ações e gestos em de forma poética. Alguém que conquiste sem a premência da cama? Alguém que te surpreenda em coisas antigas, mas bacanas? Provavelmente esse alguém seja adepto do amor cortês.
O amor cortês não é objetivo. Tampouco é platônico, como referem alguns. Requer menos interpretação e mais sentimento. Amor cortês é namorar. É encantar. É seduzir sem outra contra-indicação que não seja a sedução. Quem não seduz não pratica o amor cortês. Atenção, porém, sedução não é sinônimo de amor cortês. O amor Cortês seduz com requinte. Idealiza. Ou melhor, busca por em prática a idealização de um tipo de pessoa amada, que partilhará de seu perfil ideal de amante. Jamais o praticante de um amor cortês será mal-educado. Muito pelo contrário. Uma pessoa que busca conquistar a outra, enviando-lhe flores, será adepta do amor cortês se essas flores chegarem ao ser amado de uma forma diferente, ainda que simples. Lidar com a simplicidade de forma esplendorosa, essa é uma característica do amor cortês. Não precisa ser uma dúzia de rosas, pode ser uma única dália. Mas a forma e a situação em que essa flor aparecer, será de um requinte e refinamento muito peculiar.
Librianos, por exemplo, costumam curtir o amor cortês. Toda pessoa de libra pensa muito no amor, mas não um amor tórrido e cheio de paixão como pensa um taurino ou escorpiano. Amor para libra é antes de tudo algo carregado de ideias e ideais românticos, aquilo que faz um relacionamento perfeito. Refinamento, requinte e classe são qualidades importantíssimas para Libra. Mas não se iluda, há librianos e librianos. De turrões o mundo está cheio. Geminianos costumam aparecer nesse grupo, ainda que a discrição não lhes seja um ponto forte. Escorpianos também, apesar das desconfianças. Arianos, taurinos e leoninos não curtem o amor cortês. Para os desses signos, o negócio é pão-pão queijo-queijo.
O amor cortês teve sua origem na poesia trovadoresca da Idade Média e na poesia provençal. Nesse tipo de expressão poética, o amor cortês tinha traços de submissão à mulher amada. Ou a amada era sempre distante. O estado amoroso, por transposição ao amor dos sentimentos e imaginário religioso, era uma espécie de estado de graça que enobrecia a quem o praticava. Tratava-se também, pasmem, muitas vezes de um amor adúltero! O galanteador cantava seu amor a uma mulher casada.
Hoje, o amor cortês pode ser considerado uma forma inadequada de expressar o interesse ao objeto de desejo. A característica de vida solitária de nossa sociedade denuncia carências que se resumem a um afeto acompanhado de uma bela transa sexual. Amor cortês com sexo quase concomitante, até pode ser! Mas esse amor caracterizado por uma conquista poética e falsamente platônica está em desuso. Mas é bonito!
Se você quiser curtir o amor cortês concebido na sua origem medieval, loque o filme Tristão e Isolda. Talvez goste.

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