domingo, 1 de junho de 2014

A Falência


Júlia Lopes de Almeida (1862/1934) é das grandes da literatura brasileira, apesar de quase desconhecida.  Graças à Editora Mulheres, criada em Santa Catarina em 1996 (http://www.editoramulheres.com.br/) com o objetivo de resgatar escritoras dos séculos passados,  a obra de Júlia Lopes de Almeida está vindo a público agora.  A editora lançou três romances de Júlia: A Falência, A Família  Medeiros, A Silveirinha e A Viúva Simões (esgotado). Filha de pais abastados,  seguiu o caminho da literatura sem oposição da família. Possuía espírito avançado para a época, tinha preocupações sociais como o fim da escravatura e a opressão feminina, que ela retrata tão bem em A FalênciaAjudou a fundar a Academia Brasileira de Letras, mas não pôde fazer parte dela, por ser mulher. Em seu lugar tomou posse seu marido, o escritor Filinto de Almeida, cuja obra não merece destaque. 
A trama de A Falência ocorre no final do século XIX, durante a República. Uma nova moral burguesa, novos comportamentos e ideais se impõem na sociedade do Rio de Janeiro. Francisco Teodoro é um comerciante português casado com Camila, com quem teve filhos. O comerciante é proprietário de armazéns, um palacete e muito dinheiro investido em banco.
Um dia Francisco Teodoro recebe a visita de um amigo, convidando-o a organizar no Rio um grande sindicato de café. Diz que outro grande comerciante estaria disposto a entrar com grande parte do capital. O negócio daria grande retorno financeiro aos sócios. O dinheiro de Francisco Teodoro fora adquirido com esforço. Por isso gostava de viver do bom e do melhor, para justificar seu orgulho com tanto trabalho. Fica indeciso, tem muito medo de perder dinheiro. O amigo o incentiva. Deixa-lhe o contrato para ler e pensar melhor. Passam-se dias e Teodoro aceita entrar na sociedade. Pouco tempo depois o preço do café começa a cair no mercado. O comerciante acaba sabendo, depois de um período de angústia e aflição, que tinha sido vítima de um golpe. Perdera tudo. Seus negócios começam a ruir e ele entra em falência. Acovardado, suicida-se, deixando a mulher e os filhos ao relento. A partir de então, a figura de Camila, a viúva, começa a ganhar corpo. Até então ela era parte do marido, nunca fizera nada, não entendia de nada relacionado a negócios. Vivia, enquanto rica, uma vida de futilidades e gastança. Tinha como amante o médico de família, fato que Teodoro nunca percebeu. Pobres, são obrigados a mudar-se para a casa humilde de Nina (agregada à família) que havia ganho de presente de Teodoro. Paro o relato por aqui, para não comprometer o interesse dos que pretendem ler o livro.
A edição que eu tenho e li é de 1978. Você consegue nos sebos virtuais por um preço de R$ 12,00. A edição nova, da Editora Mulheres custa R$ 30,00.

                                         Paulinhopoa2003@yahoo.com.br
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Júlia Lopes de Almeida. A Falência. SP, Hucitec, 1978, 242 pp.


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