domingo, 18 de dezembro de 2016

10. Tom Jones

O juiz Alworthy é um solteirão puritano, de posses e índole bondosa, que uma dia se surpreende ao encontrar uma criança recém-nascida na porta de sua casa. A mãe da criança, mãe solteira desenganada pelo amante, é chamada e recebe um rigoroso sermão, mas tem a promessa de que a criança, um menino, será criado por ele com toda a dignidade possível a uma família abastada. Esse menino, Thomas, logo recebe a ira de um capitão que se havia casado por interesse com a irmã do fidalgo Alworthy, quando lhe nasce o filho. Logo uma trama é esboçada pelo capitão, para se descobrir o pai de Tom e impedir que ele venha a prejudicar financeiramente suas pretensões.

Enquanto isso, lá foi o bastardo educado, alimentado e vestido para o mundo todo como um cavalheiro; e lá emprenhou uma das criadas, fazendo com que ela o negasse sob juramento ao próprio fidalgo; mais tarde, quebrou o braço  de um padre, só porque este o censurou por andar metido com marafonas; e mais tarde, disparou uma pistola contra o sr. Blifil, pelas costas; e uma vez, quando o juiz Alworthy encontrava-se doente, arranjou um tambor, e pôs-se a tocá-lo pela casa toda para não o deixar dormir.

Tom Jones era um dos mais simpáticos donzéis do mundo. O rosto, além de ser o retrato da saúde, apresentava os mais aparentes indícios de doçura e afabilidade. Atributos tão característicos do seu semblante que, embora a vivacidade e a sensibilidade dos olhos, manifestas a qualquer observador atento, pudessem escapar ao reparo dos menos perspicazes, tão acentuada lhe transparecia a afabilidade na expressão, que era notada por quase todos os que o viam. Era, igualmente, ativo, cortês, alegre e bem-humorado, e possuía uma torrente de espíritos que imprimia vivacidade a qualquer conversação de que participasse.

Tom é apaixonado pela bela e rica Sofia, mas devido a sua origem moralmente inaceitável, sofre por saber que não pode casar-se com ela, ainda que ela também o ame. Muito atraente às mulheres e agradável com todos, Jones desperta a inveja de Blifil, sobrinho de Allworthy, que os tinha criado como irmãos. E por uma série de artimanhas de Blifil, Jones acaba sendo expulso de casa,tendo que seguir seu caminho sozinho, numa história de estrada, onde a cada paragem há uma aventura desse anti-herói com novos personagens.
O inglês Henry Fielding (1707/1757) cria um estilo literário original, interrompendo muitas vezes a narrativa, para divagar acerca de assuntos do livro, fazendo, também, referências literárias e filosóficas.Predomina em todo o romance, o humor satírico.

Tradução Octavio Mendes Cajado

A obra encontra-se esgotada, mas pode ser garimpada nos sebos virtuais.
Atente para o fato de que foram feitas adaptações da obra para o público infanto-juvenil.

            paulinhopoa2003@hotmail.com
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Henry Fielding. Tom Jones. SP, Abril Cultural, Coleção Os imortais da literatura universal, 1971, 620 pp. 

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